No passo de andar no espaço flutuo, sem olhar pro lado gargalhando sorrios lapidados no garimpo
No passo de andar no espaço procuro vida em meio a urbanização maldita
No passo de caminhar na vida formou-se feridas ,essas como vermes tomou-me por inteiro cuspindo como gorfo palavras
No passo de andar no espaço o ar faltou , a luz apagou a dor indagou -se de morte ,o dialogo faltou as arvores essas na angustia de tudo que andou tornaram-se postes regou-se de luz e insetos no ar
No passo de passar no tempo as regras , letras e bestas se deslocaram até o metrô
No passo de pensar no espaço o tudo acabou
Elis Mira
28.10.08
27.10.08
Noel Rosa
O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.
Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.
Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É minha inimiga.
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.
Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.
Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.
Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É minha inimiga.
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.
Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.
23.10.08
10.10.08
Palavras
"...que noite maravilhosa!"
"Esta
(aponta para a moça)
que era ontem, é
essa?"
Disseram na calçada
"cor -
passou pelos pneus
reio"
A cidade desatarrachou de súbito.
Um bêbado se arrastou para os chapéus.
Os anúncios boquiabriram-se de susto.
Cuspiam
ora um "O"
ora um "S"
Mas na montanha,
onde chorava o escuro
e a cidade
timidamente se entornou,
era como se houvesse um flácido "O"
e um vil submisso "S".
"Esta
(aponta para a moça)
que era ontem, é
essa?"
Disseram na calçada
"cor -
passou pelos pneus
reio"
A cidade desatarrachou de súbito.
Um bêbado se arrastou para os chapéus.
Os anúncios boquiabriram-se de susto.
Cuspiam
ora um "O"
ora um "S"
Mas na montanha,
onde chorava o escuro
e a cidade
timidamente se entornou,
era como se houvesse um flácido "O"
e um vil submisso "S".
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