17.9.09
7.9.09
A morte é para todos, mas o viver é muito pessoal. O mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Ao que este mundo é muito misturado.Aquilo o igual sempre sendo. Viver em grande persistência. A colheita é comum, mas o capinar é sozinho. Sertão é sozinho. Sertão: é dentro da gente. O sertão é uma espera enorme!Aqui digo: que se teme por amor, mas que por amor também a coragem se faz. E entendi que podia largar meu ido sentimento: no rumo da tristeza ou da alegria - longe, longe, até o fim. A vida é ingraa no macio de si, mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. O ar se estragou, trançado de assovios de ferro metal. Toda saudade é uma espécie de velhice. Como se o obedecer do amor não fosse sempre ao contrário. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. Tem uma verdade quese carece de aprender, do encoberto, e que ninguém não ensina: o beco para a liberdade se fazer. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente - o que produz os ventos. Sé se pode viver perto de outro e conhece outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Um sentir é do sentente, mas o outro é do sentidor. Qualquer amor é um pouquinho de saúde. Um descanso na loucura. Nada pega significado em certas horas. Falo por palavras tortas. Conto minha vida que não entendi. As coisas que eu nem queria pensar, mas pensava mais, ela vinham. São coisas que não cabem em fazer idéia. O real não está a saída, nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia. Eu ia à paz, com vontade e alegria.
Guimarães Rosa.
Guimarães Rosa.
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